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miniBIO

Arquiteto e fotógrafo, José Roberto Bassul nasceu no Rio de Janeiro (1957) e vive em Brasília. Define sua fotografia como “uma tentativa de desenhar pensamentos, de projetar desejos, de construir espaços para a imaginação”. Em construções visuais geométricas e abstratas, ou em abordagens experimentais, seu trabalho volta-se para a arquitetura, a paisagem urbana e para aspectos contemporâneos da vida nas cidades. Recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais, entre os quais o 1º lugar no 10º Prix Photo AF 2021, o Prêmio América Latina do FotoRio 2020, o de Fotolivro do Ano no Moscow International Foto Awards – MIFA  2020, por duas vezes o 1° lugar no International Photography Awards – IPA 2018 e 2021 e três prêmios Ouro no Prix de la Photographie Paris – PX3 2017, 2018 e 2020. Publicado em revistas especializadas no Brasil, França, EUA, Inglaterra, México, Argentina, Itália e Espanha, seu trabalho tem sido frequentemente exposto em festivais, galerias e museus, em oito mostras individuais e dezenas de exposições coletivas no Brasil e no exterior. Publicou os fotolivros Paisagem Concretista (2018) e Sobre Quase Nada (2020). Suas obras integram importantes coleções privadas e os acervos do Museu Nacional da República, em Brasília, do MAM – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (coleção Joaquim Paiva), do MAR – Museu de Arte do Rio de Janeiro, da Coleção Diário Contemporâneo, em Belém, do Museu da Fotografia, em Fortaleza, do IMS - Instituto Moreira Salles, em São Paulo, da École Nationale Supérieure de la Photographie, em Arles, e da BnF - Bibliothèque Nationale de France, em Paris.

 

Architect and photographer, José Roberto Bassul was born in Rio de Janeiro (1957) and lives in Brasília. He defines his photography as “an attempt to draw thoughts, to project desires, to build spaces for the imagination”. In geometric and abstract visual constructions, or in experimental approaches, his work turns to architecture, the urban landscape and contemporary aspects of life in cities. He received several national and international awards, including 1st place at the 10th Prix Photo AF 2021, the Latin America Awards at FotoRio 2020, Photobook of the Year at the Moscow International Foto Awards – MIFA 2020, twice 1st place at the International Photography Awards – IPA 2018 and 2021, and three gold awards at the Prix de la Photographie Paris – PX3 2017, 2018 and 2020. Published in specialized magazines in Brazil, France, USA, England, Mexico, Argentina, Italy and Spain, his work has been frequently exhibited at festivals, galleries and museums, in eight individual exhibitions and dozens of group exhibitions in Brazil and abroad. He published the photobooks Concretista Cityscape (2018) and On Barely Nothing (2020). His works are part of important private collections and the collections of the National Museum of the Republic, in Brasília, the MAM - Museum of Modern Art of Rio de Janeiro (Joaquim Paiva collection), the MAR - Museum of Art of Rio de Janeiro, the Diário Contemporâneo Collection, in Belém, the Photography Museum, in Fortaleza, the IMS - Instituto Moreira Salles, in São Paulo, the École Nationale Supérieure de la Photographie, in Arles, and the BnF - Bibliothèque Nationale de France, in Paris.

SOBRE O QUE FAÇO | ABOUT WHAT I DO

No esforço semântico de transpor o mundo concreto das edificações para o território impalpável dos sentidos, exploro a abstração e a geometria, a imprecisão das formas e a irrealidade das cores. Transfiguro a perspectiva, desprezo volumes, valorizo vazios. Procuro pausas, escuto silêncios, encontro dúvidas.

Fotografia é linguagem. Como Ítalo Calvino percebeu, “não há linguagem sem engano”.

Cultivo meus enganos. Para mim, edifícios são personas. Apresentam-se, contam histórias, fazem pose, conversam, desdenham, fingem. Primeiro os observo, distante, cerimonioso. De alguns me afasto. De outros, me aproximo. A esses, dirijo a palavra. Em resposta, recebo poemas. ​

São poemas arredios. Para encontrá-los, muitas vezes dou voltas e percorro distâncias.

São poemas escorregadios. Construídos pelo sol, revelam-se fugazes. Nem sempre retornam.

São poemas políticos. No espaço público, mostram-se a todas as pessoas, sem distinção de qualquer natureza. Estão à disposição dos olhos de ver. ​

Como todo poema, iludem. Com a câmera, busco traduzi-los e, assim, os traio. Nunca os mostro de corpo inteiro. Tornam-se explícitos demais. Prefiro espionar conversas entre eles e vasculhar frações dissimuladas nas entrelinhas de cada um. ​Se eles me enganam, com eles engano também.

In a semantic effort to transpose the concrete world of buildings to the impalpable territory of the senses, I explore abstraction and geometry, the imprecision of shapes and the unreality of colors. I transfigure perspective, I despise volumes, I value voids. I look for pauses, I listen to silences, I find doubts.
Photography is language. As Italo Calvino quoted, “there is no language without deceit”.
I cultivate my deceptions. For me, buildings are personas. They introduce themselves, tell stories, pose, talk, disdain, pretend. First I observe them, distant, ceremoniously. I move away from some. Some others I approach and address them. In response, I receive poems.
They are elusive poems. To find them, I often turn around and travel distances.
They are slippery poems. Built by the sun, they prove to be fleeting. They don't always return.
They are political poems. In the public space, they show themselves to all people, without distinction of any kind. They are available for the eyes to see.
Like any poem, they are deceiving. With the camera, I try to translate them and thus betray them. I never show them in full body. They become too explicit. I prefer to eavesdrop on conversations between them and search for hidden fractions between the lines of each one. ​If they mistake me, with them I also deceive.

 

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